sábado, 7 de julho de 2012

KARMA - 1986


KARMA - 1986



            Sofreremos em nossas redes.

            São tramas apertadas  que nos tolhem

                        nos confundindo e desorientando.

            O mundo continua pulsando

            e repetimos, pelos erros que não cometemos,

            e os problemas que não foram resolvidos

            e os obstáculos que não foram vencidos.

                        Viemos não sabemos de onde.

                        Desconhecemos o que somos e onde vamos.

                        Somos incógnitas no Universo,

                                   Peças dum tabuleiro de xadrez cósmico

                                   ou simples retas num desenho,

                                   num traço feito no papel, um projeto

                                   dum arquiteto maior, mais arqui-teto.

            Os ventos nos dizem algo sobre lendas

            e repetimos tudo de novo, por nossos erros.

            Cada chance de mudar, cada gesto novo

            tudo modifica, tudo é transitório.

            Somos algemas, somos prisioneiros

            fugitivos numa noite fria, sem luar.

            A tempestade dentro de nós é a angústia.

            Gritar aos céus, pelos erros que iremos cometer.

            Tentar mudar o destino, mudando os erros.

            Não basta alcançar o topo da montanha

            Não basta sermos grandes, nos falta a coragem,

            A brisa apagando as marcas na areia

                        um novo caminho, um novo erro.

            Mas os lugares são outros, bem como as areias.


terça-feira, 19 de junho de 2012

A vida como ela é ou Um poema por noite.

A vida como ela é...
 
Ou como costumava ser.
 
Hoje não estou muito de idéias. Percebi que quem eu sou hoje não me faz muito feliz, por mais que eu tente me enganar.Mas achei algumas coisas velhas... de quando escrever me era tão necessário quanto respirar.
 
Mas, quero resgatar quem eu queria ser já que existem momentos em que não tenho orgulho do que me tornei.
 
Bem, quando tinha 16, 17 anos, todas as minhas dificuldades em externar sentimentos eram colocadas no papel, Literalmente: ou era escrito na munheca ou na máquina de escrever (que guardo até hoje, por sinal).
 
Minha mãe me fez o favor de digitalizar todo esse material...foi aí que ela pegou o virus de ser escritora.
Depois disso ela já escreveu 5 ou 6 livros...rs.
 
Bom, voltando aos primórdios... vou compilar por capítulos... ou não... Um por noite
 
 
83. 27/7/86 - sábado,Inoã.
Linda palavra desconhecida

Inda tenho na memória os sons

Braços mutilados e gritos ocultos

Encerrados, prisioneiros do "eu" humano.

Rodeados por seu próprio destino.

Destino atroz de quem atrozmente sofre e

Ainda alimenta a centelha,

Diminuta mas, perseverante e heróica centelha

Escondida nas profundezas do ser que agoniza

e grita num último lamento:

LIBERDADE!