KARMA - 1986
Sofreremos
em nossas redes.
São tramas
apertadas que nos tolhem
nos
confundindo e desorientando.
O mundo
continua pulsando
e
repetimos, pelos erros que não cometemos,
e os
problemas que não foram resolvidos
e os
obstáculos que não foram vencidos.
Viemos
não sabemos de onde.
Desconhecemos
o que somos e onde vamos.
Somos incógnitas no Universo,
Peças
dum tabuleiro de xadrez cósmico
ou
simples retas num desenho,
num
traço feito no papel, um projeto
dum
arquiteto maior, mais arqui-teto.
Os ventos
nos dizem algo sobre lendas
e repetimos
tudo de novo, por nossos erros.
Cada chance
de mudar, cada gesto novo
tudo
modifica, tudo é transitório.
Somos algemas, somos
prisioneiros
fugitivos numa noite fria,
sem luar.
A
tempestade dentro de nós é a angústia.
Gritar aos
céus, pelos erros que iremos cometer.
Tentar
mudar o destino, mudando os erros.
Não basta
alcançar o topo da montanha
Não basta
sermos grandes, nos falta a coragem,
A brisa
apagando as marcas na areia
um
novo caminho, um novo erro.
Mas os
lugares são outros, bem como as areias.